sábado, 9 de fevereiro de 2008
Coleção de afetos, coleção de saudades
Eu tenho uma coleção de saudades. A cada dia que passo me sinto impotente diante das saudades que quero deixar de ter, das coisas que gostaria de fazer, mas por covardia não faço, dos afetos que gostaria de guardar e não guardo, de ajudar a coleção de alguém. Sinto saudades de coisas que não vivi, de sonhos que ainda não tive...tenho saudades de mim mesma, de quando me lembro de quão simples é querer ser feliz, e a saudade vem quando me esqueço disso. Sinto saudades também de ser amiga do meus amigos, de escutá-los mais, de não querer ser sempre pra eles uma outra saudade ou uma saudade qualquer. Posso ser muito nostálgica, mas quem disse que se precisa ter vergonha por ser assim?
Sobre as preferências
Minhas preferências são também assim tão simplesmente complexas. Chego a suspirar quando lembro-me o porquê das minhas escolhas serem estas.
Um fogo de artifício é um explosivo dotado de um pavio para iniciar a combustão. A combustão inicial provoca a rápida ascensão do foguete, que a certa altura explode violentamente. São para criar um efeito ruidoso ao acontecimento, e como meio de aviso de que algum acontecimento está iniciando ou terminando. Assim, prefiro a longevidade das estrelas à euforia dos fogos efêmeros.
E o papa Bento na encíclica sobre a Esperança Cristã diz:
“A vida humana é um caminho. Rumo a qual meta? Como encontramos o itinerário a ser seguido? A vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente Jesus Cristo é a luz por autonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas para chegar até ele precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz Dele e oferecem, assim, orientação para nossa travessia.”
Sua Rosinha deve ser uma dessas luzes pra você.
Um fogo de artifício é um explosivo dotado de um pavio para iniciar a combustão. A combustão inicial provoca a rápida ascensão do foguete, que a certa altura explode violentamente. São para criar um efeito ruidoso ao acontecimento, e como meio de aviso de que algum acontecimento está iniciando ou terminando. Assim, prefiro a longevidade das estrelas à euforia dos fogos efêmeros.
E o papa Bento na encíclica sobre a Esperança Cristã diz:
“A vida humana é um caminho. Rumo a qual meta? Como encontramos o itinerário a ser seguido? A vida é como uma viagem no mar da história, com frequência enevoada e tempestuosa, uma viagem na qual perscrutamos os astros que nos indicam a rota. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão. Elas são luzes de esperança. Certamente Jesus Cristo é a luz por autonomásia, o sol erguido sobre todas as trevas da história. Mas para chegar até ele precisamos também de luzes vizinhas, de pessoas que dão luz recebida da luz Dele e oferecem, assim, orientação para nossa travessia.”
Sua Rosinha deve ser uma dessas luzes pra você.
Sobre amigos, repouso e felicidade
Vemos que temos amigos, quando não precisamos deles para sermos felizes. Quando certos silêncios não incomodam, são como pausas, suspensões. Quando junto deles não tememos a distância, pois "saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ..." Quando os damos liberdade para não serem nossos melhores amigos, por mais que certos amigos são os melhores para gente. Quando permitimos o direito de não terem respostas e quererem decobrir o mundo longe da gente. Nossos amigos são como pequenos pedaços de amor que não pediram por favor e nem foram obrigados a estarem ao nosso lado, eles apenas estão e não precisa de entendimento racional para isso, não há questionamentos, há momentos construídos juntos. Nossos amigos não são nossas muletas, não são como nossa casa, nosso cachorro, nossa bicicleta...são como nossa família, mas diferente dela, pois não é como um integrante inerente, mas descoberto e itinerante. Eles não são nossa propriedade privada, por isso acho que não temos amigos, ter é possuir, ser dono, acho que conhecemos amigos, temos conhecimento, estabelecemos relações.
Quanto ao sorriso que compartilhamos nestes encontros e reencontros, creio que o sorriso foi a única coisa que Torre de Babel não destrui: a universalidade dessa comunicação. Deus permitiu que apesar de todas as diferenças de linguagem, pudessemos repousar na tranquilidade de quando não entendemos nada e sorrindo compreendemos tudo um do outro, pois apesar de toda sutileza, são nessas simplicidades sem palavras que falamos mais.
O sorriso não é caro para o nosso corpo, gastamos menos músculos para sorrir do que para permanecer sério, assim repousamos os músculos cansados de manter nossas pertubações para que repousando consigam transformar sem esforços os corações dos demasiadamente preocupados seres humanos.
Quanto a felicidade, não é algo móvel que cada hora está num lugar, como se fosse impossível um dia conhecê-la a fundo. Nós com essa estranha mania de querer vê-la em coisas que são efêmeras por natureza, nos perdemos e não conseguimos encontrá-la. Não há como ela estar escondida, pois ela não é um fim, é um caminho. Erramos ao achar que na vida sofremos para ter pequenos momentos de "felicidade", o que temos são pequenos momentos de alegria. Alegria é um sentimento agradável, vinculado a euforia e empolgação. Felicidade é um sentimento agradável também, mas de paz interna, de bem-estar. Não precisamos estar sempre eufóricos e histéricos para sermos felizes. O caso não é estar é ser, e ser é uma constante transformação, assim nos construímos a cada momento e a felicidade é assim também.
Devemos nos iludir menos e viver mais.
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."
(Carlos Drummond de Andrade)
E querendo sempre aprender com os outros é que conhecemos aquilo que no fundo sempre soubemos, mas somos egocêntricos e surdos demais para escutarmos palavras ditas por nós mesmos. O que realmente escondemos de nós somos nós mesmos. É por isso então que precisamos também dos outros, para eles é mais fácil nos encontar e com eles nos encontramos também.
Quanto ao sorriso que compartilhamos nestes encontros e reencontros, creio que o sorriso foi a única coisa que Torre de Babel não destrui: a universalidade dessa comunicação. Deus permitiu que apesar de todas as diferenças de linguagem, pudessemos repousar na tranquilidade de quando não entendemos nada e sorrindo compreendemos tudo um do outro, pois apesar de toda sutileza, são nessas simplicidades sem palavras que falamos mais.
O sorriso não é caro para o nosso corpo, gastamos menos músculos para sorrir do que para permanecer sério, assim repousamos os músculos cansados de manter nossas pertubações para que repousando consigam transformar sem esforços os corações dos demasiadamente preocupados seres humanos.
Quanto a felicidade, não é algo móvel que cada hora está num lugar, como se fosse impossível um dia conhecê-la a fundo. Nós com essa estranha mania de querer vê-la em coisas que são efêmeras por natureza, nos perdemos e não conseguimos encontrá-la. Não há como ela estar escondida, pois ela não é um fim, é um caminho. Erramos ao achar que na vida sofremos para ter pequenos momentos de "felicidade", o que temos são pequenos momentos de alegria. Alegria é um sentimento agradável, vinculado a euforia e empolgação. Felicidade é um sentimento agradável também, mas de paz interna, de bem-estar. Não precisamos estar sempre eufóricos e histéricos para sermos felizes. O caso não é estar é ser, e ser é uma constante transformação, assim nos construímos a cada momento e a felicidade é assim também.
Devemos nos iludir menos e viver mais.
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."
(Carlos Drummond de Andrade)
E querendo sempre aprender com os outros é que conhecemos aquilo que no fundo sempre soubemos, mas somos egocêntricos e surdos demais para escutarmos palavras ditas por nós mesmos. O que realmente escondemos de nós somos nós mesmos. É por isso então que precisamos também dos outros, para eles é mais fácil nos encontar e com eles nos encontramos também.
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